“...
Uma verdadeira selva de concreto, sufocante e sem cor, mas observando as
janelas e as sacadas, me vem à mente o exato dia, anterior, da minha viagem ao
paraíso, quando como num sonho distante me encontrei com você. Mesmo diante dos gigantes
cinza das escadarias do centro de Porto Alegre, surge você para colorir a cena
em meus pensamentos e andanças por minha memória. Não tem como não se emocionar. Um
dia monótono, uma cidade sem cor, um calor sufocante, e mesmo diante da sombra pálida nas calçadas, você me trás a cor e as boas lembranças. Uma
saudade apertada, uma vontade de carregar você, meio a abraços e beijos...As vezes fico imóvel para sua imagem não desaparecer, como se você estivesse subindo as escadarias em minha direção. Anjo de
olhos azuis, é você quem pode colorir meus domingos desbotados... Para mim Porto
Alegre só terá cor novamente, no dia em que você chegar, pois estaremos em todos os
recantos e cenas que hoje só vejo em tons de cinza, para que eu possa, junto de
você, abraçado, ver a cor que escorreu da tela envelhecida de concreto da minha cidade. A cada
dia longe de você as cores se vão, as ruas se tornam intermináveis, os bares e
as praças perdem sua graça. A música eu já não escuto e as vozes silenciaram.
Vem amor, traga-me de volta a vida. Faz da minha cidade, a cidade dos anjos, a sua cidade, pois só preciso de você para ter a cor e a graça novamente...Anjo de olhos azuis”.
A.Mace
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